quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Mulheres de Porto Alegre-Rs

Mulheres Empreendedoras de Porto Alegre e Região.
Estamos fazendo uma pesquisa sobre EMPODERAMENTO FEMININO
Envie e-mail com sua função e telefone para :amorpropriofeminino@gmail.com

Pluralidade do gênero Feminino

Quem está assistindo A Força  do Querer, no horário  nobre, está acompanhando o tabu vivido  por Ivana.
Existem muitas reflexões em torno deste assunto.
Pergunto a vocês...Quantas mulheres que se entendiam por Lésbicas  ou Trans, foram vítimas  de violência  sexual, por seus pais, irmãos,  tios, avôs, e primos e homens próximos a família?
Inúmeros, tantos que não podem nem ser contados.

Porque o homem persiste em afirmar que uma mulher precisa de homem, e por ele se achar imagem e semelhança de Deus, pensa que se uma mulher experimentar o sexo hetero, irá  se tornar mulher de verdade.

A ciência está aí e comprova muitas coisas,  principalmente na questão de gêneros  sexuais.

Absurdamente triste ter que ouvir um relato de alguém que é  lésbica,  dizer que foi violentada por um familiar do sexo masculino, para que se tornasse mulher.
Isto é  um assunto que abordamos dentro da violência doméstica,  e que muitas mães  sofreram coisas horrendas, para proteger seus e filhos e principalmente as filhas.

Isto devê ser debatido, questionado e tratado com naturalidade .
Estamos no século XXI, e o mundo mudou.
Nossos jovens tem mente aberta e estão  dispostos a criar debates, e ir pra rua brigar pelos seus direitos, pelo seu espaço  e respeito.

As maiores humilhações que um homossexual pode infrentar, vem na maioria das vezes, do seio da família.
Pior deles é  a rejeição.
Isto quando a família não rejeita, mas te esconde dos parentes (...)
  Como digo sempre, nascemos num país livre, e temos direitos e deveres a serem cumpridos e respeitado por todos.
Homofobia é  crime assim como Violência  Doméstica, Assédio Sexual ou de qualquer natureza.
Existem  leis que nos amparam e protegem.
Devemos DESCONSTRUIR, estas atitudes repugnantes de desrespeito às Mulheres.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Relatos

Estamos abertos para recebimento de relatos que envolvem Violência Doméstica,  seja FÍSICO,  MORAL OU SEXUAL.

Não vamos desistir a inventor principalmente as mulheres, a externar estes sentimento que é, na maioria das vezes um misto de culpa e medo.

É  válido lembrar, que muitas mulheres que estão neste tipo de situação,  buscam este tipo de estórias,  pra procurar uma forma de libertarem desta violência,  e escrever sua própria estória.
Jovens tem facilidade  em falar, a abrir para outras pessoas, ainda que não virem seus algozes.
Quanto mais tempo passa, mais idade a mulher adquire, piora sua expectativa de vida, sua vontade de mudar o jogo.
Ela muitas vezes se condiciona, a viver isto, por achar que está velha pra recomeçar,  que não será  mais atraente fisicamente para um novo relacionamento.
As cicatrizes da alma são muito mais marcantes do que as físicas.
É  isto que precisamos mudar.
É  isto que devemos fazer.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Pensão para Grávidas

LEI 11.804/2008, SABEM O QUE É ISSO? VAMOS DESCOBRIR...

"Pensão para grávidas OU ALIMENTOS GRAVÍDICOS: um direito pouco conhecido.

Por desconhecimento da existência da lei, grávidas brasileiras deixam de receber alimentos gravídicos no período da gestação
Alimentos gravídicos. Este é o nome da pensão a que as gestantes brasileiras têm direito de receber do pai da criança no decorrer da gestação, da concepção ao parto, referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos, entre outros, de acordo com a Lei 11.804/2008 que dispõe sobre Alimentos Gravídicos.
Para o advogado Rolf Madaleno, diretor nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), o instituto dos alimentos gravídicos ainda é um direito pouco exercido “talvez por ignorância das pessoas ou por orgulho da gestante que, abandonada pelo suposto pai, por orgulho próprio prefere manter distância do indigitado pai”, disse.
Por estas razões, é tão importante esclarecer e difundir essa lei. Para que o nascituro possa desenvolver-se, é direito da mulher grávida buscar o auxílio financeiro, ou, na linguagem jurídica, os alimentos gravídicos, daquele que seria o suposto pai. Estes são para custear as despesas decorrentes da gravidez, compreendendo os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez.
O Código Civil estabelece, segundo Rolf Madaleno, que a personalidade civil da pessoa começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. “É preciso que aquele que está por nascer possa nascer com vida. A lei protege a vida como direito fundamental da pessoa, mas não só a vida extrauterina, como especialmente a vida intrauterina”, disse. De acordo com o diretor do IBDFAM, os alimentos gravídicos são devidos até o nascimento, com vida, do nascituro. Depois disso, este auxílio se transforma em pensão alimentícia, até que uma das partes requeira a revisão do valor, para mais ou para menos do montante alimentar fixado para a gestação.
Muitos não sabem, mas assim como acontece com os devedores de pensão alimentícia, quem ficar devendo os alimentos gravídicos também pode ser preso, como observa Rolf Madaleno. “A prisão por dívida alimentar acontece quando o devedor deixa injustificadamente de pagar os alimentos que são essenciais à sobrevivência do credor da pensão. O recebimento deles é fator fundamental para a sobrevivência de quem está para nascer e, portanto, sua falta admite a cobrança executiva, sob pena de prisão. O devedor pode ser cobrado judicialmente em execução pelos meios tradicionais da pena de prisão, da penhora, inclusive online, ou do desconto em folha de pagamento”, afirma.
Indícios de paternidade protegem o nascituro - Não é incomum, nas ações de alimentos gravídicos, o suposto pai negar a paternidade. Por conta dessa previsão de negativa de paternidade e porque não é recomendável a realização de exame pericial de DNA durante a gravidez, a Lei 11.804/2008 condiciona o provimento dos alimentos gravídicos à probabilidade de paternidade. “Bastam os indícios de paternidade, não se fazendo exigível a prova inequívoca da paternidade, que poderá ser impugnada com o DNA, após a criança nascer”, assegura.
O diretor orienta sobre as provas que a gestante deve apresentar para conseguir o benefício dos alimentos gravídicos: “a gestante deve provar seu estado gravídico através de um laudo médico, apontar quem seria o suposto pai, acrescentando algum começo de prova da provável relação de filiação, juntando cartões, fotos, trocas de mensagens, e-mails e qualquer outra prova que reforce os indícios de que o pai indicado é o réu da ação, além de demonstrar eventuais necessidades especiais quando determinadas por orientação médica, como assistência médica e psicológica e exames complementares, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis”.
Rolf Madaleno destaca ainda que, se ao longo da gestação, um suposto pai foi condenado ao pagamento de alimentos gravídicos e, quando do nascimento da criança, com a investigatória de paternidade, descobre-se que não é o pai, o mesmo não receberá o reembolso dos valores pagos “estes alimentos, pagos pela pessoa errada, são irrepetíveis. Não há que ser falado em reembolso do que foi pago, porque alimentos são consumidos”.
Gestantes não conhecem o benefício em Minas - A auxiliar de administração Débora Simone de Castro Carvalho (31), entrou com pedido de alimentos gravídicos na Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), aos seis meses de gravidez. Ela começou a receber o benefício no mesmo mês em que deu à luz: “Até os seis meses de gravidez, eu só sabia da existência de pensão alimentícia e quando fiquei sabendo que eu tinha direito aos alimentos gravídicos, entrei com a ação, mas demorou demais. Comecei a receber o benefício no mesmo mês em que minha filha nasceu. Então, marcaram outra audiência e o juiz determinou que o benefício fosse transformado em pensão alimentícia”, disse.
Natália de Oliveira Martins Ferreira (24) também só tomou conhecimento do instituto dos alimentos gravídicos aos seis meses de gravidez , "quando fiquei sabendo, entrei com o pedido, mas demorou e eu já ganhei neném. Agora entrei com o pedido de pensão alimentícia”. Ela também entrou com a ação de alimentos junto à DPMG, e não foi beneficiada devido a morosidade no andamento do processo.
O defensor público Várlen Vidal, diretor do IBDFAM/MG, explica que cada processo tem um ritmo e uma história própria. Ele recomenda que a mulher grávida entre com a ação de alimentos gravídicos assim que seja descoberta a gravidez e negado o auxílio espontâneo, e que “é importante juntar fotos, cartas, cartões, e-mails, dentre outros, para convencer o juiz e pleitear a fixação dos alimentos em sede de antecipação de tutela ou mesmo alimentos provisórios, como alguns vêm fazendo. Caso a medida seja positiva, entre 30 a 60 dias já se pode ter os alimentos gravídicos”, disse.
Para o defensor, falta mais divulgação e compreensão da lei: “a Defensoria Pública é um ótimo laboratório social. Observo que este tipo de ação é muito pouco utilizada em nossa instituição. Há preferência pela ação de alimentos. A minha impressão é que as pessoas estão muito presas ao exame de DNA. Talvez isto confunda as pessoas, pois a lei de alimentos gravídicos não exige a certeza da paternidade, mas apenas indícios dela”, ressalta.
Várlen Vidal diz que a natureza dos alimentos gravídicos é diversa da pensão alimentícia. “Deixar que os alimentos gravídicos sejam fixados após o nascimento, a meu ver, perde-se a razão do seu objeto. Daí a importância de saber como e quando utilizar os benefícios dessa lei”, finaliza."

BOM SABER...

Fonte: IBDFAM

Desabafo de uma Professora...

RELATO: DESABAFO DE UMA PROFESSORA, MULHER, MÃE, MILITANTE NO MOVIMENTO CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. *NOMES REAIS*

"Meu nome é Tatiana e eu sou militante pelo fim da violência doméstica na periferia desde os 20 anos. Sou professora a três anos. Desde então, tenho visto muita coisa. E quero dividir com todos a DOR de ver uma história que já não deveria ser comum. Mas é! Parece que para as outras pessoas, é.
A dois anos assim que entrei para dar aulas em uma escola estadual na periferia de um bairro próximo da minha casa, uma aluna criou um vínculo de confiança comigo que alimentava a desconfiança até em outros professores.
Nas sextas-feiras, dia em que nenhum aluno vai para escola no período noturno, ela lá estava. Ficara sozinha na escola. Conversava comigo e sempre que questionava os motivos de ela não estar em casa como os outros, ela dizia que qualquer lugar era melhor que sua casa. Eu sabia que ela ainda não estava pronta para contar o que havia de errado. A coordenadora da escola, incomodada com a tal aluna que agora além de vir trazia outro aluno consigo, resolveu se impor mesmo contra minha vontade.
Eu sabia que tinha algo errado. Mas eu era apenas a professora nova, bonitinha e ingênua (na visão da coordenadora com anos de “educação”). Ela impôs que se não havia aula nenhum aluno deveria ficar dentro da escola. Eu disse inúmeras vezes que isso era um erro. Que ela iria arrumar qualquer lugar para ir, apenas para não ficar em casa. Mas ninguém me deu ouvidos. Disseram que ela iria ficar em casa por falta de opção e que eu estava dando muita atenção a uma adolescente mimada.
Meses depois Aline largou a escola. Estava gravida de um sujeito que eu não conhecia, e muito mais velho.
Hoje encontrei a Aline. Aline está com três filhos, desnutrida, sofrida e sofrendo.
Me sinto despedaçada. Sinto que falhei. Sinto que fui omissa, que poderia ter feito algo para mudar esse destino tão triste.
As vezes quero gritar na cara de cada pai e mãe o que estão fazendo com suas filhas e filhos. Queria contar sobre os abortos, sobre as violências cometidas pelos namorados, sobre a falta de colo, sobre o motivo da raiva, sobre a falta de expectativas, sobre o medo que eles têm de falar com os próprios pais.
Através de seus relatos eu quero alertar os pais e mães sobre a falta que faz aqueles 30 minutos de conversa aberta. Ao menos por alguns dias, eu fui o colo de Aline. Aline precisava do colo da mãe que só fazia bater e culpa-la pela separação.

Eu prometi ajuda-la. Aline vai batalhar para voltar a ver bem a vida. Mas agora ela não está mais só. Tem três crianças que agora dependem de uma mulher, que é ainda uma menina.
Aline tem apenas 17 anos e está "morando junto" com um homem violento de 36. Com o consentimento da mãe de Aline ele a levou para casa dele quando ela estava prestes a completar 15 anos. Isso aconteceu, e acontece muito aqui na periferia de São Paulo."

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

REFÉM DO MEDO

REFÉM  DO MEDO...
REFÉM  DO AMOR AOS FILHOS...
EXISTEM SIM LOBOS EM PELES DE OVELHAS...
ISSO PODE ESTAR ACONTECENDO BEM AÍ  DO SEU LADO😔😭
"Bem, vou tentar resumir...
Tive uma infância divertida na parte de brincar bastante na rua com amigos (naquela época era diferente, ainda haviam brincadeiras inocentes), mas meu pai é foi um homem muito duro, ele amordaçava minha irmã e eu e nos espancava com fio de ferro com o qual cortava demais nossos corpos e falava que se tentassemos gritar que ele jogaria sal e vinagre nos cortes (e realmente uma vez ele o fez). Apanhavamos pelo simples fato de termos nascido meninas dizia ele, pq ele queria menino. Eu fui espancada até meus 12 anos e minha irmã 15; as surras só pararam quando minha irmã já adolescente ameaçou ir até a delegacia. Meu irmão, menino como meu pai sempre quis nasceu quando eu tinha 4 anos e quando eu tinha 8 anos meu pai tentou me matar só pq eu briguei de boca com meu irmão, o menino que ele tanto defendia. Meu pai me tirou do chuveiro arrastada pelos cabelos, me jogou no chão e começou a pisar em meu pescoço; daí minha mãe correu para me tirar das mãos dele e ele bateu nela e a queimou com leite fervendo que estava na caneca sobre o fogão. Ela teve 30% corpo queimado e eu estou viva pq ela me defendeu...bem, após tantos anos eu perdoei meu pai e hoje vivemos bem.
Minha irmã mais velha sofreu mais nas mãos do meu pai...apanhou muito mais do que eu ainda. Ele batia nela também com alicate e até abriu a cabeça dela duas vezes. Ela nunca perdoou o pai, mas eu a entendo.
Quanto ao marido. Sou casada há 29 anos e conheci meu marido quando eu tinha 13anos. Trabalhavamos juntos (eu com 13 e ele com 24). Ele era um palhaço, simpático pra caraca e eu ria muito com ele. Começamos a sair e em dois meses de conhecidos a namorar. Ele veio sem eu pedir até meus pai e comunicou o namoro; por ele ser muito trabalhador, honesto e de boa família meus pais não se opuseram ao namoro.
Já na época de namoro ele se mostrou um ciumento possessivo, as brigas eram constantes, a gente saía e sempre ele brigava dizendo que "tal cara" estava me olhando e falava que a culpa era minha que devia estar "me insinuando" ou "dando trela" - dizia ele.
Se um amigo dele vinha me cumprimentar, ele na hora ficava de boa porém depois me falava que se queria dar para os amigos dele...e eu me calava, chorava e pedia perdão achando que sempre a culpa era minha. Até meu modo de me vestir mudei para ele não ter ciúmes, mas não deu certo.
  Aos 14 anos engravidei dele e ele se demonstrou contente. Contou para meu pai e me pediu em casamento. Eu maravilhada aceitei, meu sonho desde pequena era ser mãe; meu pai chorou e me fez prometer que eu terminaria os estudos e eu prometi.
Em dois meses já estávamos com casa alugada, mobiliada, tudo parecia ótimo e fomos morar juntos. A vida era linda, tudo era alegria até que um dia nós discutimos, eu estava grávida de sete meses e ele puxou um facão e veio para cima de mim. Eu corri, pulei a mesa, me abaixei no canto da parede  e chorando só esperei o pior, mas quando chegou perto ele jogou o facão no chão e me pediu perdão. Eu o perdoei, mas quando contei para minha sogra ela falou que a culpa devia ser minha, que eu devia tê-lo provocado. E eu me calei e aceitei pq não podia voltar grávida com 14 anos para casa do meu pai, na época eu tinha medo do meu pai.
Nosso filho nasceu, lindo demais e com o tempo, eu ainda com 16 anos, meu marido me proibiu de ver minhas amigas, de visitar parentes e de estudar. Eu achava normal pq afinal tinha um bebê para cuidar. A gente só visitava a família dele, a minha eu via uma a duas vezes no ano.
Quando meu filho já tinha quase dois anos, eu falei para ele que eu ia voltar a estudar, que eu queria fazer o colegial (hoje é o ensino médio). Ele brigou, disse que não, que não ia cuidar do nosso filho, mas como eu insisti, fui lá, me matriculei e ainda conversei com o diretor para ele me deixar estudar levando meu filho comigo, daí meu marido aquietou tipo ACEITA QUE DÓI MENOS. Parecia ter aceitado e enfim fiz o colegial, mas foram três anos de ciúmes, brigas e perseguições. Ele ia na escola todo dia ver se realmente eu estava la. Ele sempre falava que eu era vadia; se eu fosse no açougue era pq eu queria dar para o açougueiro, se eu ia na padaria era pq eu queria alguém de lá e assim com todo lugar  que eu ia.
Eu era jovem e muito bonita na época, por isso chamava a atenção mesmo usando roupas para esconder o corpo. Por este motivo eu me calava por achar que a culpa era só minha pelo  ciúmes doentio dele. Chegou minha formatura e ele me falou que não aceitaria eu participar do baile se ele não fosse meu padrinho de formatura. Ok, eu ia chamar ele mesmo até por ética, mas o baile dos meus sonhos virou um pesadelo, chorei o baile todo pq apareceu uma outra formanda com o vestido igual ao meu e meu marido falou logo na entrada do baile que a culpa era minha por ter alugado um vestido sensual de vagabunda...não era vulgar, meu vestido era lindo. Meu marido não me deixou dançar no meu próprio baile, chorei tanto que minha maquiagem desabou. Daí um tio dele me tirou para dançar a valsa e é óbvio que depois meu marido surtou em casa Nessa época meu filho tinha 4 anos e pouco. As brigas sempre foram diárias e as vezes ele me pegava pelos braços  apertava muito, só parava quando eu desistia, chorava e pedia perdão.
Mudamos de casa porém o ciúmes era o mesmo ou até pior. Ele me seguia na rua sempre, me xingava, falava que se eu não o obedecesse que me jogaria na rua, ele que sempre compra minhas roupas do gosto dele, eu só posso sair se for com ele, etc...a vida toda assim.
Quando meu filho tinha 5 anos pedi o divórcio, mas daí descobri que estava grávida novamente; contei a ele e ele me pediu para tentarmos de novo, que agora ele seria um novo homem. Realmente, durante a gravidez toda da minha menina ele se aquietou. Quando minha bbzinha tinha 4 meses ele foi para a igreja evangélica e eu comecei a ir 15 dias após ele ter ido. Lá ele aprendia sobre a Palavra e o amor de Deus e continuou me dando paz até minha bbzinha fazer 5 anos, foi quando comecei a trabalhar numa mega empresa em ***  aonde eu ganhava muito bem, muito bem mesmo . E a vida foi passando. Eu dei carro novo para ele, roupas, viagens, íamos a restaurantes caros e eu pagava tudo. Eu amava dar o melhor a minha família....mas o ciúmes continuava, ele ligava na empresa todo dia para saber se eu estava lá e como eu tinha que trabalhar de social, salto alto, bem maquiada e cabelos sempre bem arrumados, ele falava que eu me arrumava pq tinha amantes na empresa (e eu não tinha), mas fui aguentando as humilhações por mais 7 anos. Nisso eu já era líder do ministério de louvor e trabalhava na igreja 4 dias por semana. Eu amava cantar/louvar a Deus e ensinava canto aos demais. Ele via meus liderados me abraçar e falava que eu queria meter com os homens da igreja agora...eu chorava tanto nos cultos e todos pensavam que era pela adoração a Deus somente, mas não era... A 7 anos atrás fomos consagrados e ungidos a pastores. Fomos enviados para a cidade que moramos atualmente, fizemos acordo na empresa, pegamos  minha recisão e a dele, compramos uma casa e nos mudamos...eu aceitei abandonar tudo para trás pq agora ele era pastor e eu acreditei que tudo seria diferente, ele me prometeu que seria, mas não foi.
Na nova cidade, agora eu mais longe de ainda de todos, sem amigos, sem família e sem ninguém, ele continuava a me humilhar, a xingar e agora me ameaçava de novo de me jogar na rua pq agora ele era o pastor e dizia que eu lhe devia submissão.
Só para constar, eu sou uma excelente mãe e dona de casa. Minha casa brilha, as roupas de todos não tem um furo, uma mancha, nada, cozinho bem e de tudo...me mato para manter tudo ok para não dar motivo dele falar nada, mas ainda assim me xinga.

Bem, em abril de 2016 ele tentou me enforcar pq trabalho agora com clientes e ele acha que dou para todo mundo (detalhe, não dou)...me implorou por perdão e eu covarde, trouxa e medrosa perdoei. As humilhações não pararam. Eu caminhava e corria na rua até janeiro de 2017, mas parei pq ele me seguia gritando que eu devo ser SAPATÃO pq caminhava com outras mulheres. Em outubro de 2016 foi o alge da minha tristeza, eu peguei um ônibus, fui até um viaduto e tentei me jogar mas um rapaz de 26 anos me segurou e não deixou eu por fim ao meu sofrimento. Este rapaz me falou que ele só entrou no mesmo ônibus que eu e desceu no mesmo ponto pq percebeu pelo meu olhar que eu ia fazer merda.
Porém era ordem do meu marido eu não ter face, whats e nem sequer celular, ele me mantinha isolada de todos, e como eu fiz face, whats e tudo, daí já viu o ciúmes.
Daí de outubro de 2016 a janeiro de 2017 eu só conversava no whats com este rapaz; ele me perguntava todo dia se eu estava bem, só isso, e eu respondi. Este rapaz me ajudou muito, a gente falava, ria e ficamos amigos, nada mais. Meu  marido um dia  chegou em casa e falou: "Me dá seu celular, a partir de hoje está confiscado". Eu me recusei a dar de vez meu celular a ele, eu falei que eu ia dar na mão do meu filho que já tem 24 anos, para ele ver e ler tudo o que tinha, pq depois ele ia me devolver...só que até chegar neste ponto, meu marido já estava gritando e me xingando a uma hora para mais, então fui estender a mão para entregar meu celular ao meu filho, mas nem deu tempo, meu marido pulou em mim, me empurrou e jogou no chão, sentou em cima de mim e tome porrada, daí como das outras vezes em que ele tentou me agredir fisicamente, meu filho o tirou de cima de mim.
No dia seguinte fui na delegacia da mulher, fiz o B.O., passei por exame de corpo de delito no IML, dei entrada no pedido de medida protetiva e o acionei juridicamente pela lei Maria da Penha e dei entrada no divórcio, isto em janeiro deste ano.
Por causa dele ir todo dia no meu trabalho eu fui demitida e hoje estou desempregada, só faço um bico que não me rende nem 200 reais num mês. Mês que vendo ganho algo, mês que não vendo não ganho nada.
De janeiro a maio deste ano ele comprou meus filhos, como estou desempregada ele falou para nossos filhos irem morar com ele para não passarem necessidade. Fizemos um acordo dele poder ficar em casa, na sala até sair o divórcio e em troca ele continuaria pagando todas as contas até eu arrumar um emprego fixo.
Pedi para minha filha voltar comigo para **** e ela se recusou pq o namorado é daqui desta cidade. Então pedi ao meu marido para me deixar ficar em nossa casa com meus filhos e ele falou que deixava desde que eu tivesse como pagar tudo sozinha; detalhe estou desempregada por culpa dele. Corri igual louca entregando curriculum para tudo, até para faxineira e nem para isso me chamaram.
Até que um dia o meu filho de 24 anos me falou que se eu o amasse de verdade que eu ficaria com o pai dele. Daí eu falei que o amava mas que eu também merecia ser feliz...meu filho, que sempre viu todas as humilhações, agressões e apuros que sofri com o pai dele, meu filho que todas as vezes tirou o pai de perto de mim para eu não apanhar, agora tinha se vendido pq eu não tenho como o ajudar com a faculdade e nada.
Ele me pedia perdão e pedia para voltar quase todo dia... Sem emprego comecei a ver as coisas faltarem em casa, então voltei com ele no final de maio...não voltei por amor, voltei pelos meus filhos...
Eu oro todo dia pedindo a minha morte a Deus...todo dia meu marido me maltrata, me humilha e quando transamos eu só transo no escuro para ele não me ver chorando...aliás é assim a 17 anos. Tive várias infecções e feridas no colo do útero devido a forma com que ele me machuca no sexo.. Meus irmãos (hoje tenho 4) queriam vir mata-lo de qualquer jeito, eu que implorei para não fazerem nada com ele.
Meu marido me fala quase todo dia: "Vc vai ter que aceitar isso pq vc quis voltar"  E eu aguento tudo. Olha, eu amo sexo, meu marido nunca teve este motivo para reclamar de mim, mas ele me machuca muito, a ponto de eu não aguentar que me toque de novo por uma semana as vezes.
Até o que não quero mais fazer ele me força e eu me calo, só choro...me sinto um objeto. Criei filhos que só pensam neles.
Sou covarde, fraca, burra, idiota, etc...mas sem emprego acabei voltando com ele.
Eu passei no vestibular em segundo lugar, ganhei bolsa integral em 2000 e ele não me deixou estudar. A empresa que eu trabalhava em ****** mandou eu fazer faculdade em 2010 e ele também me proibiu... Agora se entro no whats ele já pergunta pq tô online. Se alguém liga ouço um monte e está tudo igual, só posso sair se for com ele. É, parabéns, ser objeto e empregada é a minha vida.
Eu tenho fé em Deus e aliás só tenho a Ele...só Ele me dá forças todo dia.
Não posso reclamar quanto ao meu marido ser trabalhador pq ele é muito trabalhador. Ele também não levanta mais a mão para mim (pelo menos isso), mas com palavras me oprime todo dia e olha, eu já sofri os dois tipos de agressões com ele, tanto física quanto psicológica, mas a psicológica dói mais.
Eu passo os meus dias com medo e quando chega alguma mensagem no meu celular eu tremo, não pq estou fazendo nada errado, mas pq ele tem ciúmes até de parentes, clientes, imagina de amigos.
Muitas mulheres me procuram, contam seus problemas e me pedem ajuda...eu ajudo sempre que está ao meu alcance e não consigo ajudar a mim mesma."

Colaboração Crys Silva

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

#LiliamAltuntas-SUPERAÇÃO

A estoria de hoje no Programa Mais Você, com Ana Maria Braga, mostra o quanto podemos superar dificuldades.
Pesquisei pra vcs.

Dona de buffet na Itália, Liliam Altuntas superou infância nas ruas e prostituição forçada na Alemanha

Ideia para criação do restaurante surgiu em um ponto de ônibus, durante conversa com uma prostituta

POR NATÁLIA BOERE

12/04/17 - 04h30 | Atualizado: 12/04/17 - 07h45

Liliam Altuntas está no Rio para dar palestra para jovens carentes: “Falo como uma sobrevivente” ANDRÉ CASTRO / DIVULGAÇÃO DA UNISUAM

RIO — Do forno do Liliam Buffet, em Turim, na Itália, saem, por dia, 30 bolos e mil cupcakes. Quem vê a carioca Liliam Altuntas, de 37 anos, sorridente preparando e vendendo seus quitutes, não imagina, no entanto, que sua vida foi muito amarga até se tornar doce. Ex-moradora de rua e vítima de abuso sexual, ela vai contar como a gastronomia mudou a sua história a alunos da Gastromotiva, ONG que dá aulas de culinária gratuitas a jovens carentes, durante um evento nesta quarta-feira na Unisuam, em Bonsucesso.

— A gastronomia colocou luz na minha vida. Quero inspirar outras pessoas com a minha história, de muita luta, muito sofrimento. Foram muitas lágrimas, que viraram sorrisos — disse Liliam, que tem planos de abrir sua própria escola de culinária no Brasil, voltada para moradores de rua. — Quero ensinar uma profissão e dar condições para que eles tenham uma vida digna.

Em visita ao Rio, Liliam botará a mão na massa nesta terça-feira à noite como chef voluntária no Refettorio Gastromotiva, restaurante na Lapa que oferece refeições gratuitas para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Entrada, prato principal e sobremesa serão preparados com sobras não manipuladas, doadas por uma distribuidora de alimentos.

— Vai ser muito emocionante. Quando eu morava na rua, desejava comida e não tinha. Hoje eu tenho e posso dar - afirma ela, que, todo domingo, distribui doces a moradores de rua na cidade onde mora. — Seria egoísta eu ter e não dividir. Eles têm direito de comer coisa fresca, boa.

‘A gastronomia colocou luz na minha vida. Quero inspirar outras pessoas com a minha história, de muita luta, muito sofrimento’- Liliam AltuntasEmpresária

Fundador da Gastromotiva, que surgiu em São Paulo em 2006, chegou ao Rio em 2012 e já formou mais de dois mil cozinheiros, David Hertz destaca a importância de mostrar aos alunos do projeto exemplos como o de Liliam, que superou obstáculos por meio da gastronomia.

— A função da Gastromotiva é inspirar pessoas como Liliam, a se transformarem. Usamos o poder da comida para gerar inclusão e oferecer dignidade. Os cozinheiros do Refettorio são nossos ex-alunos, que querem fazer esse trabalho social de servir os moradores de rua — conta David, cheio de orgulho.

Liliam nasceu em Queimados, na Baixada Fluminense, e foi levada pelos avós para Recife, após ser abandonada pela mãe, quando tinha apenas 18 meses. Com 6 anos, foi morar com um tio, que abusava dela sexualmente e acabou a engravidando. Aos 14 anos, deu à luz Thomas (hoje com 23 anos) e foi morar na rua, onde se prostituía e chegou a roubar para comprar droga. Quando uma mulher lhe ofereceu abrigo em Fortaleza, ela não pensou duas vezes e aceitou:

— Eu não tive aquela coisa de família, aquele amor. Tinha a esperança de encontrar alguém que me amasse. Mas, chegando lá, descobri que ela era dona de uma casa de prostituição.

A cafetina a "vendeu" para um estrangeiro, que a levou para Dusseldorf, na Alemanha, com mais 11 meninas. Todas eram obrigadas a se prostituir. Na Europa, fez sexo por dinheiro durante seis anos. Quando decidiu dar uma guinada em sua vida, ficou grávida de um alemão. Com o nascimento de Janaína, hoje com 19 anos, ela ganhou uma espécie de cidadania alemã. Tempos depois, casou-se com um turco e teve mais uma filha: Aylin, que está com 16 anos. O casamento durou quatro anos. Liliam só encontrou aquele amor que tanto buscava em 2006, quando conheceu o italiano Claudio Sessa, com quem é casada até hoje e tem dos filhos: Yildiz, de 9, e Heinrich, de 8. Hoje os cinco filhos moram na Itália.

O Liliam Buffet nasceu por acaso. Ela estava num ponto de ônibus em Turim, para onde se mudara, quando ouviu a conversa de uma prostituta brasileira, que falava sobre sua saudade da comida "de casa". Liliam, que tinha aprendido a fazer quitutes quando morava com os avós, disse que fazia quentinhas e saiu de lá com uma encomenda. Entregou arroz, feijão, bife acebolado e um bolo de brigadeiro. A tal prostituta e suas amigas tinham clientes famosos, que ficaram sabendo dos dotes da moça. E, logo, Liliam virou a chef de celebridades italianas e foi parar nos jornais.

— Em 2013, ganhei um prêmio de melhor empresária estrangeira da Itália. Fui condecorada pelo prefeito de Turim e pela ministra italiana da Imigração. E resolvi contar minha história. Falo como uma sobrevivente. E quero ajudar pessoas que passaram pela mesma situação que eu - disse a chef, que voltará para a Itália no dia 23.

SENSATEZ

Abra os olhos
Acorde para vida
Estamos aqui não para confundi-lá, e sim ajudá-la na LIBERTAÇÃO

ELA TEVE CORPO QUEIMADO...


Ela teve o corpo incendiado pelo ex-namorado e conta sua história

Depois de ter 47% do corpo queimado pelo homem que amava, Bárbara Hoelscher busca alertar outras mulheres: "Não acredite quando ele diz que vai mudar".

Por Júlia Warken

access_time1 jun 2017, 18h03 - Publicado em 31 maio 2017, 19h30
(Bárbara Hoelscher/Acervo pessoal)

Assim como tantas outras mulheres, Bárbara Hoelscher, de 25 anos, já havia sido agredida mais de uma vez pelo namorado. Mesmo assim, jamais poderia imaginar o terrível pesadelo que iria viver no dia 10 de novembro de 2016. 

Ela e o então companheiro, Igor Rafael Schönberger, moravam juntos há alguns meses, em Lindolfo Collor, uma pequena cidade do Rio Grande do Sul. Em meio a uma discussão boba, Bárbara e Igor iniciaram uma briga feia e, de repente, Igor começou a jogar produtos químicos na namorada. “Ele começou a me agredir e, primeiramente, tocou inseticida. Aí mandou eu ficar quieta e jogou Alvex [água sanitária], depois pegou o álcool”, relembra Bárbara.

Desnorteada, ao ver a garrafa de álcool já aberta na mão do namorado, ela sacudiu a embalagem e gritou “O que tu vai fazer agora? Vai me matar?”. Logo em seguida, Igor riscou um fósforo e Bárbara começou a pegar fogo. Com o corpo molhado de produtos químicos, as chamas se espalharam rapidamente e correr para o banheiro foi inútil.

Naquele momento, a única preocupação de Igor era o medo de ser preso

Embaixo do chuveiro, o homem ajudou a namorada a apagar o fogo e tirar a camisola, aparentemente arrependido. “Mas eu tive que insistir muito para que ele me levasse ao hospital. Quando eu desliguei o chuveiro e ele viu que eu estava toda queimada, ele disse ‘meu Deus, tu tá horrível’. Aí foi em direção à cozinha, pegou uma faca e disse que ia se matar”.

Nesse momento, mesmo com metade do corpo coberto por queimaduras, Bárbara teve que manter a serenidade para acalmar o namorado e afastar a faca. “Eu pedi ‘pelo amor de Deus, me leva para o hospital’ e ele só repetia ‘Não, porque eu vou ser preso'”.

Por fim, o homem se convenceu de que deveria levá-la ao pronto-socorro, que ficava em outra cidade. “No caminho inteiro, eu estava muito assustada. Ele só repetia ‘eu vou ser preso, vou ser preso’, dando socos na direção. Em nenhum momento se preocupou comigo. Mas a estrada tem muitas curvas e eu fiquei com medo de que ele fosse virar o carro, por isso, tentava acalmá-lo”.

Como é de praxe quando um paciente naquele estado dá entrada no hospital, a polícia foi chamada. Antes disso, uma enfermeira perguntou aos dois o que havia acontecido. “Ele respondeu que tinha sido eu [a culpada pela combustão]. Ouvir aquilo me destruiu por dentro. Mesmo me vendo naquele estado, ele me culpou”.

Negligência policial agravou ainda mais a dor

Não bastasse a dor física e emocional, Bárbara também se viu vítima da negligência por parte da polícia. Ela conta que, na noite do ocorrido, o policial que a atendeu se limitou a perguntar se ela queria representar contra Igor. Atordoada, a moça não compreendeu o termo e respondeu negativamente. Com base nisso e no depoimento de Igor (que negou a culpa), a polícia lavou as mãos. “Não fizeram perícia nem nada na nossa casa”, relata.

Assim que a família se deu conta de que o caso não estava sendo investigado, prestaram queixa. Dois dias depois do crime, quando a polícia foi realizar a perícia, a residência do casal já estava completamente limpa – e até hoje Bárbara não sabe quem fez a faxina. Felizmente, o irmão da moça havia ido ao local um dia antes e registrou tudo. Oito dias depois do crime, o mandado de prisão foi finalmente liberado, mas Igor já havia fugido há muito tempo.

Meses mais tarde, Bárbara teve a sorte de receber uma denúncia anônima por telefone. A pessoa lhe informou que Igor estava vivendo na chácara de um tio, em Imigrante – uma minúscula cidade com apenas 3 mil habitantes. Ao contatar a delegacia da região, a resposta foi que sem um endereço completo as buscas não poderiam ser feitas. Somente quando a advogada da vítima acionou o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), é que a polícia resolveu tomar alguma providência.

No final de fevereiro, três meses e meio depois de ter ateado fogo à namorada, Igor finalmente foi apreendido. Hoje, ele está no Presídio Central de Porto Alegre, aguardando o julgamento. 

A vida por um fio

Somado a todo o trauma, mais um drama: a família queria que Bárbara fosse transferida do precário Hospital Municipal de Novo Hamburgo (a 42 quilômetros de Porto Alegre) para uma unidade especializada em queimados na Capital. Os médicos alegaram que ela poderia morrer no trajeto. Com isso, a transferência não ocorreu e a paciente ficou 73 dias internada e isolada, sem receber tratamento adequado.

Ela teve 47% do corpo queimado e seu estado era muito grave. Depois de quase dois meses e meio de internação, Bárbara recebeu alta, pois uma bactéria perigosa estava se espalhando pela UTI do hospital e, com a carne exposta e a imunidade baixa, contraí-la poderia ser fatal.

“Aí os meus pais, com a ajuda de amigos, montaram uma mini UTI para mim no meu quarto. Também precisamos contratar uma enfermeira para fazer a raspagem”. As despesas altas foram se somando e a família teve que recorrer a uma vaquinha virtual e à venda de rifas. “Gostaria de poder agradecer, um a um, a todas as pessoas que me ajudaram. E se não fosse a mobilização dos meus amigos, junto com minha família, eu não sei onde estaria agora”.

Ainda hoje, Bárbara requer acompanhamento. Ela já passou por duas cirurgias e seis enxertos, mas agora aguarda a cicatrização total para iniciar os procedimentos estéticos.

Sem nunca deixar de sorrir, Bárbara posta sua recuperação nas redes sociais: “Agradeço por estar viva” (Bárbara Hoelscher/Acervo pessoal)

Um alerta urgente a outras vítimas

Falar sobre um episódio tão traumático é tudo, menos fácil. Mesmo assim, Bárbara não hesitou em dividir sua história com a gente. Isso porque essa guerreira sente que é necessário alertar outras vítimas de violência doméstica.

“Eu amava muito ele e achava que ia conseguir mudá-lo. Eu achava que ia conseguir fazer com que ele deixasse de ser agressivo”, diz ela, sobre o fato de não ter denunciado Igor, mesmo depois de ser agredida mais de uma vez. E Bárbara sabe que inúmeras mulheres estão vivendo a mesma situação nesse exato momento. Muitas delas a procuraram pelas redes sociais, depois que as notícias sobre o caso se espalharam.

“Agora eu digo: não aceite nem mesmo um tom de voz mais alto, porque nesse momento o homem já perde um pouco do respeito. Isso pode levar à primeira agressão, que gera a segunda e a terceira. E assim vai ser pelo resto da vida, se ninguém tomar uma atitude. Não acredite quando ele diz que vai mudar, porque não muda. Das mulheres que me procuraram, sem exceção, nenhuma disse que apanhou apenas uma vez”.

Se você souber de algum caso de agressão, denuncie

Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia, inclusive anônima, quando fica sabendo de casos de violência doméstica. É possível ligar para o 180, para a delegacia mais próxima (de preferência, a de Defesa da Mulher, se houver uma na sua cidade) ou diretamente para a Promotoria de Justiça.

“Independente se for amigo ou não, denuncie. Uma vez eu contei ao meu melhor amigo [que tinha sido agredida] e, quando tudo aconteceu, ele se sentiu super culpado por não ter tomado uma providência na época em que soube que eu apanhei. Sempre denuncie quando souber de uma agressão, pois essa pessoa pode acabar como eu. E eu ainda estou viva, agradeço todos os dias por isso, mas têm muitas que morrem“.

Outra coisa importante é nunca julgar as vítimas que não denunciam seu agressor. Essas mulheres precisam de solidariedade e cada história envolve graus diferentes de complexidade. No caso de Bárbara, ela acreditou nas promessas de que Igor iria mudar. “Muitas sofrem ameaças e têm medo de denunciar. Só quem sofre agressão sabe o que é passar por isso. Ninguém pode apontar o dedo e nenhuma mulher gosta de apanhar”, finaliza

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Para Porto Alegre

O QUE FAZER

Como proceder em caso de violência doméstica:

Deve-se procurar uma Delegacia da Mulher para fazer o registro da ocorrência. Se na sua cidade não houver uma delegacia especializada, o registro pode ser feito em qualquer delegacia. A partir do registro, a delegacia pode fazer os seguintes encaminhamentos:
- Solicitar medida protetiva
- Solicitar o exame de corpo de delito e outras perícias (que servem como prova da violência)
- Encaminhar para um abrigo se estiver em situação de risco
- Fazer o acompanhamento até em casa para retirar os seus pertences em segurança
- Conduzir a vítima até o hospital se estiver lesionada
- Recomendar acompanhamento psicológico em um centro de referência para resgatar a autoestima
- Encaminhar para acolhimento assistencial e ajudá-la a resgatar a autonomia
- Encaminhar para atendimento na Defensoria Pública se precisar resolver questões cíveis como separação, partilha de bens, guarda dos filhos e pensão alimentícia

SERVIÇOS DE APOIO
Centro de Referência da Mulher Márcia Calixto (Porto Alegre): (51) 3289-5110
Centro Estadual de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado (Escuta Lilás): 0800 541 0803

COMO FAZER SE O AGRESSOE DESCUMPRIR MEDIDA PROTETIVA
- Deve-se voltar à delegacia e registrar nova ocorrência toda vez que o agressor descumprir a medida, seja por mensagem, telefonema ou se fazendo presente nos lugares que a vítima frequenta. Ainda que ele não faça nenhuma ameaça, é possível registrar ocorrência por contravenção de perturbação da tranquilidade. É importante que a delegacia tenha conhecimento do histórico do agressor.

QUEM PODE SER CONSIDERADA VÍTIMA
- Toda mulher ou pessoa que se identifique na condição de mulher (incluindo transgêneros e transexuais) pode ser acolhida pela Lei Maria da Penha.

PRINCIPAIS TIPOS DE VIOLÊNCIA
- Ameaça
- Vias de fato
- Maus-tratos
- Perturbação da tranquilidade
- Injúria
- Difamação
- Calúnia
- Lesão corporal
- Estupro
- Cárcere privado
- Tentativa de feminicídio
- Feminicídio

EFEITOS DA MEDIDA PROTETIVA
- Afasta o agressor
- Proíbe contato
- Suspende visitas aos filhos menores
- Obriga ao pagamento de pensão

COMO PEDIR AJUDA
- Quer fazer uma denúncia? Ligue 180
- Precisa de encaminhamento ou orientação? 0800-54-10-803
- Precisa registrar ocorrência? Procure a DP

domingo, 13 de agosto de 2017

Rio Grande do Sul

Boa tarde a todas amigas e em especial aos homens que são  Pais e são a favor de nossa causa e luta.
Estamos tendo dificuldades  aqui no nosso estado RS.
Pois temos uma cultura machista e conservadora, na qual não conseguimos derrubar este tabu, de tocar o cor.avao coração das mulheres gaúchas que são ou foram vítimas de violência doméstica, a compartilhar conosco,  seus relatos.
Ninguém  é  obrigado a nada, mas a conscientização  é  muito importante, e acontece com União.
Por isto peço  a todos seguidores, que compartilhem muito  nosso blog, apartir do dia de hoje, estamos a berros a receber relatos de todo PAÍS.

Uma das formas de libertação, e falar, externar.
Aqui a identidade da RELATADA ,será  mantida em sigilo, com NOMES E LUGARES FICTÍCIOS.
Já perdi algumas amigas vítimas desta violência
Outras ajudei a recuperar auto-estima e dar volta por cima.
Mas acho que posso fazer mais.
E conto com cada leitor e leitora.
Afinal de cada dez mulheres que conhecemos, quatro vivem algum tipo de violência.
A questão da sexualidade de gêneros,  tam bem entra neste blog.
Conto com todos e Obrigado!

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Abandonei a casa, dormi no trabalho, perdi-me na rua

São invisíveis para a sociedade, isolam-se e caem em depressões profundas. Porque alguém muito próximo morreu em circunstâncias terríveis. Uma das 1.259 pessoas que receberam apoio da rede dá o testemunho. O tema está em debate esta quarta-feira (dia 22), na sede da associação em Lisboa e a campanha de sensibilização a arrancar estas mulheres  deste cenário.

"A Polícia Judiciária sempre me deu apoio e recebeu-me, tal como à minha família. Agradeço imenso a todos os que me acompanharam quando fui a tribunal, porque a justiça foi feita e enviaram-me para a APAV. Estive numa situação em que abandonei a casa, dormi no trabalho, perdi-me na rua. Não consegui orientar-me. A pior coisa deste mundo é perder um filho, principalmente da maneira como perdi o meu. Agradeço muito à APAV por ter este apoio para as pessoas que precisam e eu espero bem que todos que passam por esta situação possam ter o mesmo apoio que eu tive."

O testemunho transcrito pela Associação de Apoio à Vítima (APAV) passa também durante o seminário-debate O Impacto e o Apoio a Vítimas de Homicídio. A iniciativa decorre esta quarta-feira (22) na sede do organismo, em Lisboa, para assinalar três factos: o Dia Europeu da Vítima de Crime, os indicadores nacionais de 2016 e o início da campanha de sensibilização pelos direitos destas pessoas.  

São filhos, familiares, amigos em luto profundo – e invisíveis para a sociedade. Não sendo os alvos directos de um crime, sofrem o impacto devastador de homicídios tentados ou consumados, que têm por móbil os elementos clássicos: violência doméstica, disputas patrimonais, toxicodependência, desavenças familiares, violência sexual. Mas começa a surgir outra tipologia de casos: os atentados terroristas. 

Por Raquel Lito

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

MARIA DA PENHA Ainda é preciso desenvolver políticas de apoio à mulher

Maria da Penha: ‘Ainda é preciso desenvolver políticas de apoio à mulher’

Ao comemorar cinco anos da lei que leva seu nome, no Rio de Janeiro,farmacêutica que virou símbolo da luta pelo fim da violência contra a mulher pede mais ações dos governos

Flavia Salme, iG Rio de Janeiro 05/08/2011 19:50:44 - Atualizada às 05/08/2011 19:50:44

A farmacêutica cearense Maria da Penha disse que não pode esconder a alegria de comemorar cinco anos da Lei 11.340/06, conhecida por levar seu nome. Em evento no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (5), porém, ela ressaltou que ainda é preciso ampliar o aparato do Estado para que mais mulheres vítimas de violência possam denunciar.

“O desafio continua sendo a criação de políticas públicas nos locais onde ela não existe”, afirmou. “A gente tem encontrado essas políticas implementadas nas grandes capitais. Mas isso não pode ficar restrito às grandes cidades. Tem que ser melhor disseminada”, falou.

Em busca de ampliar o alcance da lei Maria da Penha (que completa cinco anos no próximo dia 7) foi lançado no um milhão de cartilhas de bolso com explicações sobre a lei e as políticas para as mulheres desenvolvidas pelo governo federal. O material foi patrocinado pela Petrobras e apresentado ao público pela diretora de gás e energia da estatal, Graça Foster.

Maria da Penha disse ainda que é notável que as regiões Sul e Sudeste do País contam com mais ações que permitem às mulheres denunciarem casos de violência. Porém, segundo ela, conforme se avança em direção ao Norte, as políticas públicas se tornam mais escassas. “Verifica-se nessas regiões um número menor de delegacias das mulheres, por exemplo. E a violência e o machismo existem em qualquer lugar”, falou.

O evento reuniu centenas de mulheres na Fundição Progresso, espaço multicultural na Lapa, no 
Centro da capital fluminense. As ministras Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e Luiza Bairros, da Secretaria de Igualdade Racial, participaram do ato. Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e das Relações Exteriores, Antônio Patriota, eram aguardados, mas não compareceram. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes mandaram representantes.

A ministra Iriny Lopes afirmou que embora os avanços sejam necessários, a lei Maria da Penha apresenta “bons resultados”. “O balanço que fazemos precisa ser positivo, porque avançamos. São 300 mil processos na Justiça e 100 mil sentenças”, listou. “São dois milhões de atendimentos no disque 180 e mais de 1.500 prisões em flagrante. Os números mostram a vitória da nossa caminhada”, acrescentou.

Crianças e adolescentes são testemunhas das agressões 

Iriny, no entanto, afirmou que a violência contra a mulher ainda é grande no Brasil, tanto a física quanto a emocional. De acordo com a ministra, 65% das testemunhas dos casos de violência contra mulher são crianças e adolescentes filhos das vítimas.

Bastante aplaudida pela plateia, a chefe de Polícia do Rio de Janeiro, Martha Rocha, afirmou que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Estado têm permitido que mais denúncias de violência contra a mulher sejam feitas. Martha já ocupou a direção estadual da Divisão de Polícias de Atendimento à Mulher (DEAM).

“Antes a violência existia, mas as mulheres não conseguiam denunciar porque sabia que isso levaria a polícia para o morro, e elas seriam retaliadas”, contou. “Agora esta realidade está mudando. Não significa dizer que a violência contra mulheres aumentou aqui no Rio. O que está crescendo são as denúncias, e isso é um avanço”, afirmou.

Minutos antes de subir ao palco para a cerimônia de celebração dos cinco anos da lei, Maria da Penha afirmou que estava muito feliz. “Foi uma luta muito grande até a consolidação dessa lei. Busquei justiça durante 19 anos e seis meses”, lembrou. “E hoje estou muito feliz”.

Perguntada se teria uma mensagem especial para as mulheres presentes ao evento, falou: “Só vou dizer que estou feliz. O resto elas já sabem o que precisam fazer. Tem que denunciar e se juntar aos movimentos feministas para lutar por mais políticas públicas a favor da causa”, finalizou.

A atriz e poeta Elisa Lucinda foi a mestre de cerimônia da festa. A cantora Beth Carvalho finalizou o evento com um show. 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

CARTA DE UM FILHO PARA O PAI!

Pai
Gostaria muito que o senhor fosse meu melhor amigo, meu herói
Mas estou muito confuso.Os pais dos meus amigos, são heróis da vida deles.
Mas o senhor não é o meu, me faz chorar e até sentir raiva as vezes...

Fico deitado no meu quarto, enquanto o senhor bate na mamãe, pergunto pra Deus:-Por que meu Pai não pode ser igual ao dos meus amigos?
Porque ele bate na minha mãe? Porque fala tantas palavras feias pra nós. Porque nos tranca dentro de casa, não deixa eu falar com meus avós, tios e primos. Nem brincar na rua com meus amigos eu posso, nem meus amigos podem vir aqui em casa, e senhor fica dizendo que se não obedecer, vai maltratar minha irmãzinha.

Porque ameça que vai matar minha mãe, e todos nós se a gente contar pra alguém?
Porque  faz tudo isto com ela, se temos casa limpa, comida gostosa, roupa limpa e tudo arrumadinho.
Só queria entender porque faz tudo isto...
O senhor não gosta da gente, não gosta da vida.As vezes acho que não.
Eu já vi o senhor com aquelas moças da rua , que o senhor mesmo diz na igreja, que são mundanas e de vida fácil.

Queria tanto que o senhor jogasse videogame comigo, jogasse bola na praça, me ensinasse a fazer uma pipa pra gente soltar junto...
Poxa pai, a mamãe não pode nem ir nas apresentações da escola, nem reunião.
O senhor não deixa ela ir a lugar nenhum,será que é pra esconder os roxos, ou porque o senhor tem medo que ela conte pra ninguém?

Mas mamãe não faz nada errado, quem fez foi o senhor, que machucou ela.
Já tenho 9 anos , e tô muito cansado de ver o senhor machucar a gente.O senhor só faz a gente de chorar. A gente não pode nem ir no médico.
O único lugar que a gente vai,todo mundo junto, é na igreja e eu não gosto de lá.
O senhor fala lá igreja, que os outros irmãos pecam porque traem as esposas, e maltratam sua família, e o senhor faz igual e até pior.

Já pedi pra Deus me deixar ir morar com ele e meu irmãozinho, que morreu no colo da mamãe, quando ela pedia chorando pra levar ele pro hospital, e o senhor não deixou.
Acho que meu irmão mora num lugar bonito.
Acho que papai do céu não bate nele.
Eu só queria que o senhor parasse de beber, e cuidasse da gente, que nem diz que faz lá na igreja.

A Sora(professora)perguntou que tipo de homem quero ser.Disse de cara, qualquer um que não seja como meu PAI.


Por sito escrevi esta carta.
Vixi, acho que vou apanhar,  e acho que vai ser a última vez.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

#Medo

POR MEDO DE SEREM JULGADAS OU CRITICADAS, MUITAS  NÃO FALAM  E NÃO BUSCAM INFORMAÇÕES SOBRE OS TIPOS DE VIOLÊNCIA. VIVEM A VIOLÊNCIA SEM SABER... 😢

"Bom Dia.. . Hoje resolvi contar minha história. Tenho 19 anos e como toda menina sonhava em se casar e viver um conto de fadas, eu também sonhei. Casei com um rapaz 3 anos mais velho que eu e só temos 1 ano de casados. Tenho uma filha linda de 8 meses. Não sei se posso classificar o que vivo como violência,  pois ele não encosta a mão em mim, não deixa marcas, ele só me chinga de feia, de fedida,  que eu não me arrumo e é que nem adianta mesmo eu me arrumar, por que não vou ficar igual as gatinhas que tem por aí. As vezes dói muito essas palavras dele. Por que eu nunca namorei outro homem e depois que minha filha nasceu ele ficou assim. Não sai  comigo, fala que é pq a nenê é pequena e da muito trabalho. Ele sempre sai sozinho até pras festas de família. Eu fico cuidando de minha filha. Isso é triste. Ele disse que eu jamais vou achar um homem que me queira, pq tenho filho e pq sou feia, cheiro mal, não sei me arrumar, não tenho nenhum atrativo pra chamar a atenção de ninguem, só ele mesmo pra me querer pq é pai da nene. Isso dói muito. Mas não posso fazer nada.
Não é agressão isso é? Nem violência ou é?
  Por favor me ajudem! Não queria que me julgassem ou criticassem por favor."

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

#AltasHoras

O programa Altas Horas deste sábado  dia 05/08, abordará  a Violência  contra a Mulher.
Estarão  presentes Maria da Penha, Luiza Brunet e convidadas, abordando este assunto, que ainda é  tido como tabu em nossa sociedade
Assistam!

Meu Marido Sempre Me Bateu

"O meu marido sempre me bateu, desde o namoro. Há um dia em que a gente não aguenta mais e decide mudar de vida, sair, ter liberdade para ser feliz. Não foi fácil, tive se sair para uma cidade que não conhecia, ter um emprego que não era o meu (trabalho numa pastelaria); e agora já tenho uma casinha que é arrendada. É muito pequenina, mas tenho comigo a minha filha, que está na escola. A única coisa que eu lamento é não ter as coisas todas resolvidas no tribunal. Assim uma pessoa fica sempre presa a um passado que quer esquecer. Não me arrependo de ter deixado tudo para trás. Quando temos um problema destes, acho que temos de aceitar a ideia de perder algumas coisas para podermos ser livres. Eu perdi o meu emprego, algumas amizades, o convívio com os familiares, a minha casa e até algumas coisas sem valor, mas que eram recordações da minha mãe e que muito estimava. Tenho ainda muita amargura no coração, mas até a amargura eu hei-de vencer. É preciso dar tempo ao tempo e não esperar milagres. O que eu quero dizer é que é preciso ter esperança, mas não ficar quieta à espera que ele mude ou que venha alguém resolver um problema que nunca mudou, desde novos.

Hoje a minha filha é muito mais feliz, temos amigos, vizinhos, as minhas colegas são espectaculares. Tive apoio de várias instituições, fui ao Apoio à Vítima, bati às portas e fui corajosa. A minha filha e eu merecíamos uma vida melhor. Ainda nos falta muito para termos aquilo que sonhamos, e talvez a gente nunca chegue a ter tudo, mas isto já temos e foi resultado do nosso esforço. Somos guerreiras e a vitória faz-se por batalhas."

Gertrudes Maria, 45 anos

Violência Moral e Psicologica

Violência psicológica e moral são punidas pela Lei Maria da Penha

Dados de pesquisa do Instituto Avon/Data Popular mostram que alguns tipos de violência contra a mulher não são vistos como crimes pelos homens

26.08.2014 - Pesquisa do Instituto Avon/Data Popular/2013 - “Percepções dos Homens Sobre a Violência Doméstica contra a Mulher”-  mostra que 41% dos brasileiros (homens e mulheres) conhecem ao menos um homem que foi violento com sua parceira (atual ou ex). No entanto, a pesquisa indica que a violência moral, a patrimonial e a psicológica não são vistas, ainda, como passíveis de enquadramento na Lei Maria da Penha.

 

A secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, alerta para os vários tipos de violência: “Existe a violência psicológica, o assédio moral, a violência patrimonial. Ninguém consegue perceber que esconder um documento da mulher ou rasgá-lo é uma violência patrimonial, por exemplo. Quebrar o copo, a xícara, os pratos é violência e está enquadrado na Lei Maria da Penha”.

 

Os diferentes entendimentos sobre o que é ilegal ou não, no âmbito da abrangência protetiva da Lei, ficaram evidentes na mencionada pesquisa do Instituto Avon/DataPopular. Foram entrevistadas 1500 pessoas em 50 municípios, nas 5 regiões do Brasil urbano, sendo dois terços do sexo masculino.

 

Em relação à violência moral e psicológica, do total, 956 homens admitiram ter xingado (53%), ameaçado com palavras (9%), humilhado em público (5%) e impedido a mulher de sair de casa (35%). Entretanto, 995 homens acreditam que, para esse tipo de violência, não é necessário denunciar ou chamar a polícia. Não acham correto que a mulher procure ajuda na delegacia da mulher ou na polícia por ser xingada (6%), ameaçada com palavras (39%), humilhada em público (31%) ou ter sua liberdade de ir e vir cerceada (35%).

 

Subnotificação – Atos físicos de violência são mais facilmente reconhecidos, enquadrados, punidos e repudiados pela sociedade em geral. As situações de violência psicológica e moral, ainda que causem danos graves à saúde das mulheres, são mais toleradas e mais passíveis de subnotificação. São diversas as circunstâncias que pressionam pelo “silenciamento” de tais atos, fazendo com que a lei não seja aplicada ou que a mulher nem mesmo chegue a procurar ajuda.

 

O que diz a Lei Maria da Penha

A lei define a violência psicológica como qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher. Ou, ainda, que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.  Quanto à violência moral, ela é entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

 

 

 

Fonte: Comunicação Social - SPM

#ElePodeNãoTeBater

#ElePodeNãoTeBater mas não te deixa ir para casa ou encontrar seus amigos.

O abuso de parceiros íntimos tem várias formas e não se limita estritamente à violência física. Uma nova hashtag no Twitter deixa isso muito claro.

Enquanto a questão das agressões sofridas de parceiros íntimos seja uma questão de saúde pública universal, o mesmo pode se dizer do estresse emocional de quem é vítima de abusos verbais. A Coalizão Nacional Contra a Violência Doméstica afirma:

É importante notar que a violência doméstica nem sempre se manifesta como abuso físico. Abuso emocional e psicológico pode ser tão extremo como violência física. A ausência de violência física não significa que o agressor seja menos perigoso para a vítima, tampouco que a vítima se sinta menos presa pelo abuso.

Este mês, a escritora e artista Zahira Kellyusou o Twitter para compartilhar sua experiência – e a de outras mulheres que ela conhece – com o abuso emocional. Ela usou a hashtag #MaybeHeDoesntHitYou (ele pode não te bater, em tradução livre)

#ElePodeNãoTeBater mas teve um ataque nervoso que durou semanas porque você cortou o cabelo 'sem a permissão dele'.

"Os primeiros tuítes eram sobre mim e sobre pessoas próximas a mim", disse Kelly ao The Huffington Post. "A cultura do abuso é vivida pela maioria das mulheres, e no caso das mulheres negras, como eu, o problema é ainda maior. Mas recebemos pouquíssimo apoio e não temos como nos defender."

O tuíte e a hashtag tiveram enorme repercussão e iniciaram uma grande discussão no Twitter. Centenas de mulheres usaram a hashtag para compartilhar suas próprias experiências e relatar as várias maneiras pelas quais o abuso pode se manifestar.

Eis alguns dos tuítes mais fortes com a hashtag #ElePodeNãoTeBater:


#ElePodeNãoTeBater mas não te deixa ir para casa ou encontrar seus amigos.


#ElePodeNãoTeBater mas te compara com outras mulheres, critica seu corpo e diz constantemente que você não faz o suficiente por ele.


#ElePodeNãoTeBater mas diz que você deveria ser grata porque ele não te bate


#ElePodeNãoTeBater mas se certifica de que você saiba que é muito problemática/cheia de defeitos para ser desejada por outra pessoa.


#ElePodeNãoTeBater mas faz pouco de sua doença mental e te faz se sentir péssima com coisas que você não pode controlar


#ElePodeNãoTeBater mas rouba e esconde seus remédios


#ElePodeNãoTeBater mas ameaça se matar quando você tem a coragem de abandoná-lo. Então você fica e é ainda mais manipulada


#ElePodeNãoTeBater mas em vez disso te isola e destroi todas suas relações platônicas, de modo que ele é tudo que te resta


#ElePodeNãoTeBater mas ameaça sua segurança financeira, mina sua autoridade e constantemente diz que você não é nada sem ele


#ElePodeNãoTeBater mas diz que amigos você “pode” ter


#ElePodeNãoTeBater mas te liga mais de 40 vezes quando você decide não atender o telefone para evitar um sermão ou uma briga


#ElePodeNãoTeBater mas grita com você mesmo que você não tenha feito nada de errado


#ElePodeNãoTeBater mas te faz acreditar que você é muito problemática/feia/inútil para ser desejada por qualquer outra pessoa que não ele


#ElePodeNãoTeBater mas te criticava todos os dias, te comparava com mulheres “melhores” e dizia que você nunca seria boa ou pareceria bonita o suficiente


#ElePodeNãoTeBater mas jura que nunca vai gritar de novo daquele jeito. Só não o deixe bravo. “Prometo..”


#ElePodeNãoTeBater mas ele não se comunica de propósito e não resolve as questões que te magoam porque ele gosta de exercer este poder sobre você.


Elisabeth Costa Jornalista

#Ofuturo

Sobre todas coisas determinei que não vou desistir.
Continuo empenhada ainda que tenha leitores e poucas adeptas seguidoras.
Vontade só existe quando temos a persistência em insistir.
Na minha vida comercial, aprendi que as pessoas só compram por necessidade ou impulso, aqui não é nada diferente.

Tenho um objetivo, e vou continuar a persistir  nele.

Pois de tanto as pessoas ouvirem falar em relatos de violência doméstica, vai começar a entrar na mente delas, a necessidade de divulgar, e até mesmo ajudar outras mulheres.
Há uma estimativa, que de cada dez mulheres que conhecemos, duas vivem a violência doméstica.

Mas pergunto a vocês amigas e amigos:e o que será de nossas filhas, irmãs, primas e amigas no futuro, se não revertermos este quadro agora?
A estatística vai apenas multiplicar.

UMA SALVA TODAS, TODAS SALVAM MAIS UMA

É  com muita tristeza,  que lhes conto que recebi estórias de violência doméstica de todo país, mas não do nosso estado RS. Parece que nos...