São invisíveis para a sociedade, isolam-se e caem em depressões profundas. Porque alguém muito próximo morreu em circunstâncias terríveis. Uma das 1.259 pessoas que receberam apoio da rede dá o testemunho. O tema está em debate esta quarta-feira (dia 22), na sede da associação em Lisboa e a campanha de sensibilização a arrancar estas mulheres deste cenário.
"A Polícia Judiciária sempre me deu apoio e recebeu-me, tal como à minha família. Agradeço imenso a todos os que me acompanharam quando fui a tribunal, porque a justiça foi feita e enviaram-me para a APAV. Estive numa situação em que abandonei a casa, dormi no trabalho, perdi-me na rua. Não consegui orientar-me. A pior coisa deste mundo é perder um filho, principalmente da maneira como perdi o meu. Agradeço muito à APAV por ter este apoio para as pessoas que precisam e eu espero bem que todos que passam por esta situação possam ter o mesmo apoio que eu tive."
O testemunho transcrito pela Associação de Apoio à Vítima (APAV) passa também durante o seminário-debate O Impacto e o Apoio a Vítimas de Homicídio. A iniciativa decorre esta quarta-feira (22) na sede do organismo, em Lisboa, para assinalar três factos: o Dia Europeu da Vítima de Crime, os indicadores nacionais de 2016 e o início da campanha de sensibilização pelos direitos destas pessoas.
São filhos, familiares, amigos em luto profundo – e invisíveis para a sociedade. Não sendo os alvos directos de um crime, sofrem o impacto devastador de homicídios tentados ou consumados, que têm por móbil os elementos clássicos: violência doméstica, disputas patrimonais, toxicodependência, desavenças familiares, violência sexual. Mas começa a surgir outra tipologia de casos: os atentados terroristas.
Por Raquel Lito
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