terça-feira, 4 de julho de 2017

A cultura do ESTUPRO

E VC? DEFENDE A CULTURA DO ESTUPRO? É TEXTÃO. MAS VALE A PENA LER... PASMEM!!!!!
Quero provocar um debate muito sério hoje, e fazer um teste com você.
Você já teve medo de ser estuprada (o)?
A cultura do estupro é mantida e defendida no mundo inteiro por homens, (e pasmem), por muitas mulheres também.
É fácil identificar quem defende a cultura do estupro.
Basta fazer algumas perguntas, levantar um debate e serão identificados sem sombras de dúvidas ou variações os defensores desta Cultura horrenda e monstruosa.
Talvez você seja defensor (a) da cultura do estupro e nem saiba.
Herdou um fato social familiar, ouviu algum clericalista, conservador, tradicionalista defender uma tese de “moral” e “bons costumes” e a acabou internalizando o argumento que defende a cultura do Estupro.
Vamos ver se você se identifica nas suposições abaixo:
Se você acha que uma mulher usando vestido curto, decotado ou transparente está pedindo para ser estuprada, você defende a cultura do Estupro.
Se você é contra Aulas de Sexualidade nas escolas desde o mais cedo possível, você defende a cultura do estupro.
Se você acha que uma mulher ser comunicativa, aberta, alegre e sorridente é motivo para ser estuprada, você defende a cultura do estupro.
Se você acha que o fato de uma mulher estar sozinha na rua até altas horas é motivo para ser estuprada, você defende a cultura do estupro.
Se você acha que uma mulher ficar sozinha entre vários homens é motivo para ser estuprada, você defende a cultura de estupro.
Se Você acha que uma mulher provocar sexualmente um homem é motivo para ser estuprada, você defende a cultura de estupro.
A cultura do estupro é uma construção que envolve crenças e normas de comportamento, estabelecidas a partir de valores específicos, que acabam banalizando, legitimando e tolerando a violência sexual contra a mulher.
A maioria dessas normas está calcada na noção de que o valor da mulher como ser humano está atrelado a uma lista de condutas que envolvem, frequentemente, uma moralidade relacionada à sexualidade.
O problema está na subjetividade desse conjunto de condutas e na maneira como elas se prestam a controlar o corpo, a liberdade e a sexualidade da mulher. A existência dessas normas já caracteriza uma falta de direito da mulher sobre o próprio corpo e suas vontades.
A partir daí, socialmente se aceita que ela seja desumanizada e seja vista como um objeto. É por isso que há a ideia de que existem mulheres “com valor” e “sem valor” - só objeto perde valor.
Outro elemento que aparece quando o valor da mulher é conectado com o controle de sua sexualidade é a ideia de que é necessário preservar sua castidade para ser vista como digna de valor e respeito.
A discussão sobre consentimento passa pelo controle da sexualidade feminina e, ainda hoje, a ideia de que “quando mulher fala ‘não’, quer dizer ‘sim’”, que segue corrente no senso comum, ajuda a compor esse quadro.
É esse pano de fundo que, diante da notícia de um estupro, permite comentários que questionam a roupa que a vítima usava, o que ela fazia na rua à noite ou se ela não teria “provocado” o agressor. Nesse contexto, a culpa do estupro muitas vezes é atribuída à mulher e a responsabilidade de evitá-lo também é sua responsabilidade.
A cultura do estupro estimula a crença de que, se a mulher é estuprada, de alguma maneira a culpa foi dela. Se não é possível encontrar razões dentro dessa lista de condutas para culpá-la, então assume-se que o agressor tem algum tipo de patologia - “um monstro”.
No entanto, a noção de que apenas “monstros”, portadores de uma patologia, sejam capazes de cometer um estupro não explica a imensa prevalência deste crime no mundo. No Brasil, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todos os anos 50 mil pessoas são estupradas.
Acredita-se, contudo, que o número seja cerca de dez vezes maior. O estupro é um dos crimes mais subnotificados no mundo todo. O motivo: o mecanismo que culpa a mulher pelo estupro faz com que ela também se sinta culpada pela violência que sofreu.
Além disso, há a noção de que existe um valor da mulher atrelado ao seu corpo e à não violação dele. Por isso, mulheres sentem receio de falar sobre o que sofreram por vergonha.
Por fim, o aparato institucional de denúncia e atendimento ainda não está totalmente preparado para lidar com casos dessa natureza.
Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de doenças estima que uma a cada cinco mulheres serão estupradas em algum momento da vida. E ¾ das vítimas são estupradas por homens que as conhecem, e não por um estranho em um beco escuro.
A cultura do estupro não tem nada a ver com a idade, com as roupas que vestimos, ela tem a ver com a impunidade, com a naturalização da violência contra a mulher, com a relação de poder estabelecida na sociedade entre os gêneros, onde o sexo feminino é visto como objeto sexual e não como ser humano dotado de direitos.
Só a cultura do estupro pode explicar Alexandre Frota teatralizar um estupro em tv aberta sob aplausos e não ter qualquer sanção para o seu ato.
Só a cultura do estupro dá o direito a Alexandre Frota se sentir ofendido com a reação das mulheres após suas declarações em tv aberta e entrar na Justiça contra ativistas que repudiaram aquela excrescência e ainda ameaçá-las no Facebook.
Só a cultura do estupro permite que a sociedade brasileira continue a admitir as declarações criminosas de Bolsonaro sobre estupro em pleno Congresso Nacional, nas redes sociais nos programas de tv, nas manifestações de rua.
Só a cultura do estupro permite que o ministro da educação do governo provisório considere que uma figura como Frota tenha contribuições a dar a educação pública brasileira.
Está na hora de os homens discutirem seriamente e agirem contra a cultura do estupro. Não é possível que aceitemos tamanha violência e barbárie que legitima Michel Temer como primeiro ato de seu governo acabar com a Secretaria das Mulheres, montar um ministério sem nenhum negro, sem nenhuma mulher e acharmos que isso é um ato legítimo.
Não é possível que consideremos que seja um caso isolado a barbárie de 30 homens estuprarem uma jovem e distribuírem fotos e vídeos de seu corpo sangrando nas redes sociais. Não é possível.
Mulheres estão cansadas de discutir entre si sobre estupro. Isso tem que chegar às rodas de homens e aos grupos de whatsapp de homens, que são antros de difusão de misoginia.
Não quero terminar a discussão aqui, há muito mais o que dizer, mas saibam os misóginos, que mesmo que não sejam capazes de criar empatia por uma mulher conhecida ou desconhecida, que não seja sexual, ao menos não esqueça que você tem mãe, irmã e talvez filha e que ela um dia vai pra faculdade e ficará vulnerável para aqueles que você considera aliados hoje: os estupradores de mulheres e da democracia. Prof.Davi Barbosa👆🏻

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