sexta-feira, 18 de agosto de 2017

REFÉM DO MEDO

REFÉM  DO MEDO...
REFÉM  DO AMOR AOS FILHOS...
EXISTEM SIM LOBOS EM PELES DE OVELHAS...
ISSO PODE ESTAR ACONTECENDO BEM AÍ  DO SEU LADO😔😭
"Bem, vou tentar resumir...
Tive uma infância divertida na parte de brincar bastante na rua com amigos (naquela época era diferente, ainda haviam brincadeiras inocentes), mas meu pai é foi um homem muito duro, ele amordaçava minha irmã e eu e nos espancava com fio de ferro com o qual cortava demais nossos corpos e falava que se tentassemos gritar que ele jogaria sal e vinagre nos cortes (e realmente uma vez ele o fez). Apanhavamos pelo simples fato de termos nascido meninas dizia ele, pq ele queria menino. Eu fui espancada até meus 12 anos e minha irmã 15; as surras só pararam quando minha irmã já adolescente ameaçou ir até a delegacia. Meu irmão, menino como meu pai sempre quis nasceu quando eu tinha 4 anos e quando eu tinha 8 anos meu pai tentou me matar só pq eu briguei de boca com meu irmão, o menino que ele tanto defendia. Meu pai me tirou do chuveiro arrastada pelos cabelos, me jogou no chão e começou a pisar em meu pescoço; daí minha mãe correu para me tirar das mãos dele e ele bateu nela e a queimou com leite fervendo que estava na caneca sobre o fogão. Ela teve 30% corpo queimado e eu estou viva pq ela me defendeu...bem, após tantos anos eu perdoei meu pai e hoje vivemos bem.
Minha irmã mais velha sofreu mais nas mãos do meu pai...apanhou muito mais do que eu ainda. Ele batia nela também com alicate e até abriu a cabeça dela duas vezes. Ela nunca perdoou o pai, mas eu a entendo.
Quanto ao marido. Sou casada há 29 anos e conheci meu marido quando eu tinha 13anos. Trabalhavamos juntos (eu com 13 e ele com 24). Ele era um palhaço, simpático pra caraca e eu ria muito com ele. Começamos a sair e em dois meses de conhecidos a namorar. Ele veio sem eu pedir até meus pai e comunicou o namoro; por ele ser muito trabalhador, honesto e de boa família meus pais não se opuseram ao namoro.
Já na época de namoro ele se mostrou um ciumento possessivo, as brigas eram constantes, a gente saía e sempre ele brigava dizendo que "tal cara" estava me olhando e falava que a culpa era minha que devia estar "me insinuando" ou "dando trela" - dizia ele.
Se um amigo dele vinha me cumprimentar, ele na hora ficava de boa porém depois me falava que se queria dar para os amigos dele...e eu me calava, chorava e pedia perdão achando que sempre a culpa era minha. Até meu modo de me vestir mudei para ele não ter ciúmes, mas não deu certo.
  Aos 14 anos engravidei dele e ele se demonstrou contente. Contou para meu pai e me pediu em casamento. Eu maravilhada aceitei, meu sonho desde pequena era ser mãe; meu pai chorou e me fez prometer que eu terminaria os estudos e eu prometi.
Em dois meses já estávamos com casa alugada, mobiliada, tudo parecia ótimo e fomos morar juntos. A vida era linda, tudo era alegria até que um dia nós discutimos, eu estava grávida de sete meses e ele puxou um facão e veio para cima de mim. Eu corri, pulei a mesa, me abaixei no canto da parede  e chorando só esperei o pior, mas quando chegou perto ele jogou o facão no chão e me pediu perdão. Eu o perdoei, mas quando contei para minha sogra ela falou que a culpa devia ser minha, que eu devia tê-lo provocado. E eu me calei e aceitei pq não podia voltar grávida com 14 anos para casa do meu pai, na época eu tinha medo do meu pai.
Nosso filho nasceu, lindo demais e com o tempo, eu ainda com 16 anos, meu marido me proibiu de ver minhas amigas, de visitar parentes e de estudar. Eu achava normal pq afinal tinha um bebê para cuidar. A gente só visitava a família dele, a minha eu via uma a duas vezes no ano.
Quando meu filho já tinha quase dois anos, eu falei para ele que eu ia voltar a estudar, que eu queria fazer o colegial (hoje é o ensino médio). Ele brigou, disse que não, que não ia cuidar do nosso filho, mas como eu insisti, fui lá, me matriculei e ainda conversei com o diretor para ele me deixar estudar levando meu filho comigo, daí meu marido aquietou tipo ACEITA QUE DÓI MENOS. Parecia ter aceitado e enfim fiz o colegial, mas foram três anos de ciúmes, brigas e perseguições. Ele ia na escola todo dia ver se realmente eu estava la. Ele sempre falava que eu era vadia; se eu fosse no açougue era pq eu queria dar para o açougueiro, se eu ia na padaria era pq eu queria alguém de lá e assim com todo lugar  que eu ia.
Eu era jovem e muito bonita na época, por isso chamava a atenção mesmo usando roupas para esconder o corpo. Por este motivo eu me calava por achar que a culpa era só minha pelo  ciúmes doentio dele. Chegou minha formatura e ele me falou que não aceitaria eu participar do baile se ele não fosse meu padrinho de formatura. Ok, eu ia chamar ele mesmo até por ética, mas o baile dos meus sonhos virou um pesadelo, chorei o baile todo pq apareceu uma outra formanda com o vestido igual ao meu e meu marido falou logo na entrada do baile que a culpa era minha por ter alugado um vestido sensual de vagabunda...não era vulgar, meu vestido era lindo. Meu marido não me deixou dançar no meu próprio baile, chorei tanto que minha maquiagem desabou. Daí um tio dele me tirou para dançar a valsa e é óbvio que depois meu marido surtou em casa Nessa época meu filho tinha 4 anos e pouco. As brigas sempre foram diárias e as vezes ele me pegava pelos braços  apertava muito, só parava quando eu desistia, chorava e pedia perdão.
Mudamos de casa porém o ciúmes era o mesmo ou até pior. Ele me seguia na rua sempre, me xingava, falava que se eu não o obedecesse que me jogaria na rua, ele que sempre compra minhas roupas do gosto dele, eu só posso sair se for com ele, etc...a vida toda assim.
Quando meu filho tinha 5 anos pedi o divórcio, mas daí descobri que estava grávida novamente; contei a ele e ele me pediu para tentarmos de novo, que agora ele seria um novo homem. Realmente, durante a gravidez toda da minha menina ele se aquietou. Quando minha bbzinha tinha 4 meses ele foi para a igreja evangélica e eu comecei a ir 15 dias após ele ter ido. Lá ele aprendia sobre a Palavra e o amor de Deus e continuou me dando paz até minha bbzinha fazer 5 anos, foi quando comecei a trabalhar numa mega empresa em ***  aonde eu ganhava muito bem, muito bem mesmo . E a vida foi passando. Eu dei carro novo para ele, roupas, viagens, íamos a restaurantes caros e eu pagava tudo. Eu amava dar o melhor a minha família....mas o ciúmes continuava, ele ligava na empresa todo dia para saber se eu estava lá e como eu tinha que trabalhar de social, salto alto, bem maquiada e cabelos sempre bem arrumados, ele falava que eu me arrumava pq tinha amantes na empresa (e eu não tinha), mas fui aguentando as humilhações por mais 7 anos. Nisso eu já era líder do ministério de louvor e trabalhava na igreja 4 dias por semana. Eu amava cantar/louvar a Deus e ensinava canto aos demais. Ele via meus liderados me abraçar e falava que eu queria meter com os homens da igreja agora...eu chorava tanto nos cultos e todos pensavam que era pela adoração a Deus somente, mas não era... A 7 anos atrás fomos consagrados e ungidos a pastores. Fomos enviados para a cidade que moramos atualmente, fizemos acordo na empresa, pegamos  minha recisão e a dele, compramos uma casa e nos mudamos...eu aceitei abandonar tudo para trás pq agora ele era pastor e eu acreditei que tudo seria diferente, ele me prometeu que seria, mas não foi.
Na nova cidade, agora eu mais longe de ainda de todos, sem amigos, sem família e sem ninguém, ele continuava a me humilhar, a xingar e agora me ameaçava de novo de me jogar na rua pq agora ele era o pastor e dizia que eu lhe devia submissão.
Só para constar, eu sou uma excelente mãe e dona de casa. Minha casa brilha, as roupas de todos não tem um furo, uma mancha, nada, cozinho bem e de tudo...me mato para manter tudo ok para não dar motivo dele falar nada, mas ainda assim me xinga.

Bem, em abril de 2016 ele tentou me enforcar pq trabalho agora com clientes e ele acha que dou para todo mundo (detalhe, não dou)...me implorou por perdão e eu covarde, trouxa e medrosa perdoei. As humilhações não pararam. Eu caminhava e corria na rua até janeiro de 2017, mas parei pq ele me seguia gritando que eu devo ser SAPATÃO pq caminhava com outras mulheres. Em outubro de 2016 foi o alge da minha tristeza, eu peguei um ônibus, fui até um viaduto e tentei me jogar mas um rapaz de 26 anos me segurou e não deixou eu por fim ao meu sofrimento. Este rapaz me falou que ele só entrou no mesmo ônibus que eu e desceu no mesmo ponto pq percebeu pelo meu olhar que eu ia fazer merda.
Porém era ordem do meu marido eu não ter face, whats e nem sequer celular, ele me mantinha isolada de todos, e como eu fiz face, whats e tudo, daí já viu o ciúmes.
Daí de outubro de 2016 a janeiro de 2017 eu só conversava no whats com este rapaz; ele me perguntava todo dia se eu estava bem, só isso, e eu respondi. Este rapaz me ajudou muito, a gente falava, ria e ficamos amigos, nada mais. Meu  marido um dia  chegou em casa e falou: "Me dá seu celular, a partir de hoje está confiscado". Eu me recusei a dar de vez meu celular a ele, eu falei que eu ia dar na mão do meu filho que já tem 24 anos, para ele ver e ler tudo o que tinha, pq depois ele ia me devolver...só que até chegar neste ponto, meu marido já estava gritando e me xingando a uma hora para mais, então fui estender a mão para entregar meu celular ao meu filho, mas nem deu tempo, meu marido pulou em mim, me empurrou e jogou no chão, sentou em cima de mim e tome porrada, daí como das outras vezes em que ele tentou me agredir fisicamente, meu filho o tirou de cima de mim.
No dia seguinte fui na delegacia da mulher, fiz o B.O., passei por exame de corpo de delito no IML, dei entrada no pedido de medida protetiva e o acionei juridicamente pela lei Maria da Penha e dei entrada no divórcio, isto em janeiro deste ano.
Por causa dele ir todo dia no meu trabalho eu fui demitida e hoje estou desempregada, só faço um bico que não me rende nem 200 reais num mês. Mês que vendo ganho algo, mês que não vendo não ganho nada.
De janeiro a maio deste ano ele comprou meus filhos, como estou desempregada ele falou para nossos filhos irem morar com ele para não passarem necessidade. Fizemos um acordo dele poder ficar em casa, na sala até sair o divórcio e em troca ele continuaria pagando todas as contas até eu arrumar um emprego fixo.
Pedi para minha filha voltar comigo para **** e ela se recusou pq o namorado é daqui desta cidade. Então pedi ao meu marido para me deixar ficar em nossa casa com meus filhos e ele falou que deixava desde que eu tivesse como pagar tudo sozinha; detalhe estou desempregada por culpa dele. Corri igual louca entregando curriculum para tudo, até para faxineira e nem para isso me chamaram.
Até que um dia o meu filho de 24 anos me falou que se eu o amasse de verdade que eu ficaria com o pai dele. Daí eu falei que o amava mas que eu também merecia ser feliz...meu filho, que sempre viu todas as humilhações, agressões e apuros que sofri com o pai dele, meu filho que todas as vezes tirou o pai de perto de mim para eu não apanhar, agora tinha se vendido pq eu não tenho como o ajudar com a faculdade e nada.
Ele me pedia perdão e pedia para voltar quase todo dia... Sem emprego comecei a ver as coisas faltarem em casa, então voltei com ele no final de maio...não voltei por amor, voltei pelos meus filhos...
Eu oro todo dia pedindo a minha morte a Deus...todo dia meu marido me maltrata, me humilha e quando transamos eu só transo no escuro para ele não me ver chorando...aliás é assim a 17 anos. Tive várias infecções e feridas no colo do útero devido a forma com que ele me machuca no sexo.. Meus irmãos (hoje tenho 4) queriam vir mata-lo de qualquer jeito, eu que implorei para não fazerem nada com ele.
Meu marido me fala quase todo dia: "Vc vai ter que aceitar isso pq vc quis voltar"  E eu aguento tudo. Olha, eu amo sexo, meu marido nunca teve este motivo para reclamar de mim, mas ele me machuca muito, a ponto de eu não aguentar que me toque de novo por uma semana as vezes.
Até o que não quero mais fazer ele me força e eu me calo, só choro...me sinto um objeto. Criei filhos que só pensam neles.
Sou covarde, fraca, burra, idiota, etc...mas sem emprego acabei voltando com ele.
Eu passei no vestibular em segundo lugar, ganhei bolsa integral em 2000 e ele não me deixou estudar. A empresa que eu trabalhava em ****** mandou eu fazer faculdade em 2010 e ele também me proibiu... Agora se entro no whats ele já pergunta pq tô online. Se alguém liga ouço um monte e está tudo igual, só posso sair se for com ele. É, parabéns, ser objeto e empregada é a minha vida.
Eu tenho fé em Deus e aliás só tenho a Ele...só Ele me dá forças todo dia.
Não posso reclamar quanto ao meu marido ser trabalhador pq ele é muito trabalhador. Ele também não levanta mais a mão para mim (pelo menos isso), mas com palavras me oprime todo dia e olha, eu já sofri os dois tipos de agressões com ele, tanto física quanto psicológica, mas a psicológica dói mais.
Eu passo os meus dias com medo e quando chega alguma mensagem no meu celular eu tremo, não pq estou fazendo nada errado, mas pq ele tem ciúmes até de parentes, clientes, imagina de amigos.
Muitas mulheres me procuram, contam seus problemas e me pedem ajuda...eu ajudo sempre que está ao meu alcance e não consigo ajudar a mim mesma."

Colaboração Crys Silva

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